domingo, 30 de março de 2008

* Paixão

Alegaram um buzinaço desnecessário, fogos exagerados. Cem anos seria pouco para tanta comemoração. Alegaram uma babaquice impedir a rua do Bar do Salomão, tomar a pça. Sete, a catedral da Boa Viagem e o parque Municipal. Disseram que éramos um bando de gente sem ter o que fazer.

Alegaram que o Atlético prejudicou sua imagem com quem não gosta de futebol, que passou a detestar o clube por causa do barulho na madrugada. Afirmaram que o Atlético perdeu importância no cenário nacional, que as comemorações servem para afogar as decepções com o time e com a vida. Falaram de uma paixão não correspondida.

Disseram que tinham pena de nós. Que tudo isso não tinha sentido nem razão.

Pelo menos no final eles acertaram. Não, não tem sentido nem razão. E por isso não é menor ou menos importante (muito provavelmente, é o contrário).

Há quem celebre a história. Outros, os craques. Vários, os títulos. Mas no dia 25 de março de 2008, eu comemorei um sentimento. A relação de uma pessoa com um clube que ama. Idolatra.

Amar o GALO não tem que ter sentido. Não tem que ser razoável. Tem que ser verdadeiro, forte, intenso. Tem que ser real. “Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível” (Roberto Freire).

A paixão é elemento da vida de cada atleticano. O GALO não é só um clube, um time. É um estado de espírito (por mais piegas – e verdadeira – que essa frase possa soar).

Viver sem intensidade é viver pela metade. Torcer sem paixão é simpatizar.

“O GALO é amor. Não é simpatia”.


Parabéns a todos os atleticanos e atleticanas por esse amor incondicional.


Rafael Figueiredo Cruz e Silva

Ex-aluno, professor, ex-editor do Carol e, acima de tudo, atleticano apaixonado (por mais pleonástico que essa expressão possa soar).

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